ESTÁ CHEGANDO O AUTOMÓVEL DE AMANHÂ

quinta-feira, 17 de julho de 2008


"Senhor automóvel, por favor, me leva até a Praia de Copacabana!!!. Já não falta muito para que até aqueles que não têm motorista possam viajar de carro sem ter de se sentar ao volante. Nos Estados Unidos, a tecnologia tem dado passos largos nessa direção

Os veículos de teste recorrem a uma mistura de tecnologias convencionais, como câmaras de vídeo, GPS e computadores, e conseguem circular totalmente autônomos, em condições idênticas às encontradas nas estradas, reagindo à sinalização, a veículos em sentidos diferentes e a uma série de obstáculos urbanos. "As mudanças que estamos implementando vão alterar o modo como as pessoas conduzem e utilizam os seus veículos", diz Larry Burns, vice-presidente do setor de Pesquisa, Desenvolvimento e Planejamento Estratégico da General Motors Corporation (GM). "Imaginem ser conduzido por um motorista virtual enquanto lê os seus e-mails, toma o café da manhã ou vê as notícias. O projeto que estamos desenvolvendo com a Carnegie Mellon é um grande passo para tornar estas situações em realidade", arremata.

Levando a sério-A GM, que agora assinou uma parceria com a universidade de Carnegie Mellon, é uma das marcas que está levando mais a sério a automação total dos veículos motorizados. Com esse objetivo, criou o GM-Carnegie Mellon Autonomous Driving Collaborative Research Lab que está sendo implementado por um período de cinco anos, num acordo que envolve cerca de cinco milhões de dólares. O objetivo é influenciar a forma como os condutores e os veículos vão interagir no futuro, através das novas tecnologias, eletrônica e software. No ano passado, a GM e a Carnegie Mellon foram os vencedores do DARPA Challenge, promovido pela Agência de Projetos Avançados de Defesa norte-americana numa antiga base militar da Califórnia.

O carro vencedor, um Chevrolet Tahoe apelidado de "Boss", percorreu os 96 quilômetros da prova urbana, que tinha de ser completada em menos de 6 horas, à média de 22,53 kms/h, obedecendo a todas as regras de tráfego e reagindo aos outros veículos em prova. O feito valeu-lhe um prêmio de 2 milhões de dólares.

Em segundo lugar ficou a equipe da Universidade de Stanford, com um Volkswagen Passat e em terceiro a Universidade da Virginia, com um Ford Escape híbrido. "Os robôs por vezes surpreendem o mundo, inspiram muitas pessoas e alteram as crenças daquilo que é possível fazer", afirma William Whittaker, professor de robótica na Universidade Carnegie Mellon e chefe da equipe vencedora. "Vemos que de vez em quando a percepção do que é possível se altera e que isso não volta atrás. Isto é algo fenomenal para a robótica", acrescenta.

Pioneirismo-A universidade americana foi uma das pioneiras em navegação autônoma, desde o anúncio, em 1984 dos veículos NavLab, mas em 20 anos, muita coisa mudou: melhorou a capacidade de resolução de algoritmos através de processadores centrais mais rápidos e eficazes, que cruzam volumes de informação elevados, o posicionamento GPS, as referências visuais das câmaras de vídeo e os radares. Ao analisar estes dados, os automóveis são ainda forçados a tomar decisões, como ultrapassar em segurança veículos mais lentos que sigam na frente, ou imobilizar-se em caso de outro veículo cruzar seu caminho.

A primeira vez que um carro trafegou sem condutor foi em 1994. O VaMP, uma Mercedes 500 SEL alterado por uma equipe da Universidade de Bundeswehr, em Munique, circulou cerca de 160 quilômetros sem intervenção humana a velocidades próximas dos 130 kms/h - ainda que numa autoestrada - mudando de faixas e ultrapassando outros carros. O projeto, chamado Eureka Prometheus, foi financiado pela União Européia, com o único objetivo de desenvolver automóveis "inteligentes".

Já no caso americano, o objetivo é bem diferente. O projeto, financiado pelo Ministério da Defesa, pretende que até 2015 as Forças Armadas dominem tecnologia que permita que até um terço dos veículos de combate circulem sozinhos. "Qualquer tarefa difícil, suja ou perigosa que possa ser feita por uma máquina em vez de um humano protege os nossos combatentes e permite que valiosos recursos humanos sejam utilizados mais eficazmente", pode ler-se na Lei 106-398 do Congresso norte-americano, que aprovou o financiamento do DARPA Challenge.

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