Sob o tema "Água e Desenvolvimento Sustentável", Zaragoza vai reunir, durante três meses, os maiores especialistas do Mundo e dar a conhecer as opiniões de mais de 120 países sobre o tema. Três vertentes contribuirão para ampliar a idéia central - Água, Recurso Único; Água para a Vida; As Paisagens da Água. Um quarto subtema transversal marcará todo o desenvolvimento da exposição - "Água, Elemento de Relação entre os Povos". Sobre este eixo central, entre Junho e Setembro terão lugar semanas temáticas.
A de Zaragoza é a primeira exposição internacional que se celebra segundo o novo modelo concebido pelo Bureau International des Expositions (BIE), que substitui as antigas feiras universais. As grandes propostas genéricas deram lugar a exposições temáticas, através das quais se pretende um tratamento exaustivo do tema escolhido. A última destas exposições ocorreu na localidade japonesa de Aichi, em 2005, sob o tema "Sabedoria da Natureza", e a que se segue à de Saragoça terá lugar em Xangai, para a qual se escolheu a temática "Melhor Cidade, Melhor Vida"
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Desde então, Zaragoza viveu e vive voltada para a realização da exposição, para cuja inauguração oficial falta uma semana. A cidade está a sofrer uma transformação radical, que vai marcar o seu futuro. Embora ainda se vejam gruas e zonas em construção, a atividade é frenética para que tudo esteja pronto no dia 14 de Junho e os organizadores não duvidam de que os últimos obstáculos estarão resolvidos antes dos reis de Espanha declararem inaugurada a exposição e os primeiros visitantes acederem ao recinto. Esperam-se cerca de 7 milhões de entradas, das quais já há mais de três milhões vendidas.
O recinto da Expo Zaragoza 2008 localiza-se no meandro de Ranillas, uma antiga zona de hortas familiares rodeada caprichosamente pelo Ebro, em frente da basílica d' El Pilar, o monumento mais emblemático e conhecido da cidade. São 25 hectares, habitados agora por um conjunto de edificações cuja vocação é a de perdurar no futuro através de diversas adaptações. Juntamente com este recinto de exposição, a cidade vai ganhar um Parque da Água com cerca de 20 hectares, obtidos com a reabilitação das ribeiras do Ebro na sua passagem pela zona. Como muitas outras cidades com rio, Zaragoza vivia de costas voltadas para a sua corrente fluvial, cuja área de influência dava lugar a prédios degradados. A idéia da recuperação da zona foi uma preocupação constante dos organizadores e, à luz do que é possível entrever na visita às obras, parece que o objetivo foi conseguido. Com a perspectiva de que as instalações construídas sejam totalmente aproveitadas, não vai haver pavilhões nacionais independentes. Todos os participantes serão alojados num conjunto de oito edifícios de dois planos unidos entre si, com uma superfície utilizável de 61.700 metros quadrados, dotados de toda a classe de serviços, que no futuro se converterão em escritórios. Cerca de 50.000 metros quadrados já estão vendidos. A concepção dos espaços adjudicados fica ao critério dos participantes.
Não obstante, está a ser construída uma série de edifícios e instalações singulares que já revelam a particularidade da Expo 2008. O Pavilhão Ponte, por exemplo, obra da arquiteta iraniana Zaha Hadid, prêmio Pritzker de Arquitetura, vai transformar-se na primeira obra pública deste tipo habitada permanentemente. De 260 metros de comprimento e 7.000 metros quadrados de área útil, albergará, durante a exposição, uma mostra sobre a água enquanto elemento fundamental da vida. No futuro, será utilizado - para além de zona de comunicação entre as duas ribeiras do Ebro, entre a cidade velha e o novo desenvolvimento urbanístico - como recinto de acontecimentos culturais.
A Torre da Água, de 76 metros de altura, obra do arquiteto espanhol Enrique de Teresa, é o edifício mais alto do recinto. Com o seu interior diáfano, será a sede da exposição "Água para a Vida". Outro recinto emblemático do evento, o maior aquário fluvial da Europa, exibirá 5.000 exemplares de 300 espécies provenientes de cinco grandes rios do planeta: Nilo, Amazonas, Mekong, Darling e Ebro. O Aquário será de futuro um dos atrativos mais interessantes da cidade (que, assim, se espera venha a seguir as passadas do Oceanário de Lisboa, no recinto da Expo 98).
O investimento total no recinto da Expo é de 1.7 bilhões de euros, embora o conjunto das obras a realizar em Zaragoza por motivo da exposição ascenda a 3.5 bilhões de euros, entre investimento público e privado.
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