ELIXÍR DA LONGEVIDADE

terça-feira, 6 de maio de 2008

Jeanne em fotos entre 20 e 120 anos



De acordo com a ciência, a longevidade pode depender de um gene que só alguns têm a sorte de ter. E porque a maioria parece mesmo não o possuir, os cientistas tentam encontrar medicamentos e técnicas milagrosas que façam parar o tempo.












Até hoje, o recorde da longevidade encontra-se nos 121,5 anos e pertence a Jeanne Lousine Calment, uma francesa que nasceu em 1875 e morreu em 1997. Para quem viveu na época de Van Gogh e conheceu a era espacial na sua plenitude, a vida terá sido um mistério recheado de surpresas. Só que nem sempre as surpresas foram as melhores. E Jeanne acabou mesmo por passar o fim da vida numa cadeira de rodas, surda e quase cega. Um fato pouco surpreendente mas que preocupa cada vez mais as sociedades cujas esperanças médias de vida têm vindo a aumentar.
Drible - É necessário não só viver muito como viver com qualidade. Portanto, o caminho encontra-se aberto para os laboratórios farmacêuticos que continuam tentando encontrar compostos que sejam capazes de ir driblando a velhice e a morte. A utopia da saúde perfeita está instalada e a ciência continua a servir a humanidade com o propósito de esta encontrar a eterna juventude. Esta é, aliás, uma matéria em que os americanos são peritos. De acordo com os últimos dados disponíveis, os norte-americanos gastaram, no último ano, US$ 43 milhões em produtos de antienvelhecimento da pele. E eles não são os únicos.
No Brasil, os valores das vendas deste tipo de produtos têm aumentado significativamente. Mesmo o Viagra, que já deu à Pfizer milhões de dólares de receita em todo o mundo, tem registrado aumento das vendas em todo o mundo. De fato, são cada vez mais os homens que recorrem a este medicamento na tentativa de combater a impotência. Um bom pressuposto para as ações da Abbott, um laboratório farmacêutico que pôs no mercado um medicamento com o mesmo efeito do Viagra, que dentro de pouco tempo se encontrará à venda nas farmácias. Outro dos produtos que mais lucros dão às empresas é o que visa combater a alopecia. É que a medida que os homens vão se preocupando mais com o seu aspecto físico, vão tendo mais dificuldades em lidar com a inevitável calvície. Apesar de tudo, se tivermos em conta a idade em que o envelhecimento começa a ser percebido, não é de admirar que haja cada vez mais pessoas consumindo produtos que retardem o envelhecimento. Bastam 30 anos de vida para que o processo de substituição celular abrande o ritmo, permitindo o envelhecimento gradual dos tecidos e dos órgãos. Sistema imunológico e endócrino, músculos, glóbulos vermelhos e coração começam por ser os mais afetados e, portanto, os primeiros a dar problemas. E ainda que os fenômenos fisiológicos que acompanham o envelhecimento se tenham registrado nas gerações anteriores, hoje o corpo merece cada vez mais atenção. Controlar o organismo e conservar a saúde é a grande conquista do homem de hoje. Para as atuais gerações, retardar o envelhecimento significa não só triunfar sobre a vida como alimentar a idéia de que o homem é imortal. Uma questão de alma que, como é óbvio, repercutirá no corpo.
Levanta-te e anda - Sendo inegável o interesse suscitado pelos fatos científicos (neste caso o desgaste fisiológico do organismo), o certo é que, para o homem comum, a morte celular ou as alterações hormonais só são motivo de preocupação porque se manifestam em rugas, falta de cabelo ou diminuição da atividade e competência sexual. Aliás, no que toca a este último aspecto, as preocupações do sexo masculino são já bem antigas.
De acordo com um episódio da mitologia grega, Átila morreu em consequência de uma indigestão causada pelo excesso de consumo de hidromel (bebida que se pensava ser afrodisíaca), por receio de não conseguir ter uma boa performance sexual na sua noite de núpcias.

Afrodisíacos-O recurso aos produtos naturais é uma prática ancestral. Durante muito tempo, quer os homens que temiam as incursões do tempo à sua virilidade quer as mulheres que tentavam conservar a sua pele de meninas, recorriam aos produtos naturais como meio terapêutico. Assim, enquanto os ‘machos’ depositavam uma confiança cega nas propriedades afrodisíacas do chifre de rinoceronte, as mulheres encontravam nas raízes de ginseng, na baunilha e nas algas três grandes aliadas. No entanto, do rol de produtos que podiam integrar esta lista, apenas um tem a sua eficácia comprovada. Chama-se yohimbe, e ainda hoje é aplicado como composto de alguns medicamentos orais.
No entanto, existem outras substâncias de origem natural que continuam a encontrar adeptos. São elas o ácido retinóico (derivado da vitamina A), o ácido ascórbico (vitamina C), os suplementos vitamínicos, os antioxidantes e os fitoquímicos.
Mas existe também o outro lado da moeda. E se são muitas as pessoas que procuram alívio para os seus males nos produtos naturais, muitas outras recorrem às novas descobertas farmacêuticas para pôr fim aos seus receios. Injeções, implantes, comprimidos, cremes e loções parecem conseguir sossegar os espíritos mais inquietos com as questões da idade. Não podemos deixar de falar nem da melatonina, uma substância segregada pela glândula pineal que tem registrado um grande número de adeptos, nem dos tratamentos hormonais, onde o estrogênio e a testosterona adquirem destaque. Além de tornarem mais suave a entrada na meno e na andropausa, dão novo ânimo ao início desta fase da vida

DHEA, a ‘pílula da eterna juventude’- Há dez anos, o Dehidroepiandrosterona (DHEA) , já fazia a festa nas prateleiras das farmácias do mundo.Ele é um hormônio produzido nas glândulas supra-renais, regulado de acordo com a idade do indivíduo. À medida que o organismo envelhece, a produção deste hormônio começa a declinar progressivamente. A DHEA atua como um potenciador e regulador dos níveis dos outros hormônios no organismo. O organismo utiliza-a, por exemplo, como precursora dos hormônios sexuais masculinos e femininos. Presume-se que o seu consumo aumente a densidade óssea, melhore o estado dos músculos, incremente o rendimento intelectual, aumente a sensação de bem-estar e reduza os riscos de infecções.

Efeitos secundários - À semelhança dos benefícios, os efeitos secundários da DHEA continuam a ser alvo de ensaios clínicos que permitam delimitá-los com exatidão. No entanto, presume-se que alguns dos efeitos negativos sejam: lesões no fígado, aumento da ginecoplastia (ter um peito maior do que o outro), acne e reativação de alguns tipos de câncer como o da mama, colo do útero ou próstata.

Eficácia - Alguns estudos mostram que as pessoas predispostas a doenças cardiovasculares apresentam baixos níveis de DHEA. No entanto, ainda não existem ensaios clínicos que confirmem as propriedades terapêuticas deste composto.

Está tudo nos genes Em que os laboratórios estão trabalhando, para tentar travar o processo de envelhecimento? Segundo alguns peritos, o futuro está na genética. Uma vez que se sabe existir uma componente hereditária na longevidade, as investigações científicas parecem orientar-se para esse sentido. Atualmente, estão sendo feitos vários estudos nesta área, mas ainda é cedo para que se possam tirar conclusões.
Foram encontradas algumas semelhanças genéticas entre famílias de indivíduos com vidas muito longas. Além disto, foi encontrado, nas moscas do vinagre (drosophila melanogaster), um gene batizado por Matuzalém, que parece ser o responsável pela longevidade de algumas moscas. Os espécimes que têm este gene vivem 35% mais do que os outros.
Medicina degenerativa - Substituir células, tecidos e órgãos doentes deixou de ser uma utopia. Com os avanços no campo do cultivo celular e com a clonagem, podem ser criados novos substitutos para os elementos doentes.

Células envelhecidas - Herman J. Muller, da Universidade de Edimburgo, descobriu, há alguns anos, a existência de uma espécie de capa que cobre os extremos dos cromossomos e que vai sofrendo alterações à medida que as células vão se reproduzindo. Neste momento, as investigações debruçam-se sobre o modo como esta capa vai se alterando. Sabe-se já que, à medida que as células vão se reproduzindo, a capa diminui de tamanho até desaparecer. Encontrar um mecanismo que impeça este desgaste parece ser a nova etapa.





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